Getty Images |
Finalmente o Brasil tem uma medalha olímpica de ouro no futebol. A conquista foi sofrida, por toda a história que envolveu, e o seu desfecho teve o melhor cenário possível. Se acreditarmos em destino, não foi à toa tudo o que vivenciamos neste histórico 20 de agosto de 2016: no Maracanã e enfrentando o país que eliminou o Brasil na Copa 2014 por um resultado histórico; no final da Olimpíada brasileira; e na redenção dos grandes craques.
A tão cobiçada conquista dourada veio de forma sofrida. E quem falou que seria fácil? E quem queria que fosse fácil? A vitória nos pênaltis sobre a Alemanha veio no chute do Neymar, na defesa do goleiro Weverton, na raça dos outros jogadores, na evolução do time no próprio torneio e no apoio das arquibancadas.
Fazia muito tempo que os torcedores não apoiavam a seleção do começo ao fim.
Fizemos as pazes.
O que vem agora? Vem o futuro. Vem o amanhã. Este que não terá mais Olimpíada nem Copa do Mundo no Brasil (pelo menos não na nossa geração). No futuro que devemos sempre buscar o primeiro lugar. Que o segundo é simplesmente o "primeiro dos últimos". Que não admite derrotas.
Precisamos melhorar. A Seleção olímpica é, obviamente, só para as Olimpíadas. Agora, tem a principal que busca vaga para a Copa 2018. Mas o momento é desses garotos, que merecem comemorar. Foram muito criticados e levavam um peso nas costas que não eram deles. Os escândalos da CBF e as eliminações da seleção principal. Se perdessem, não era justo jogar tudo na conta deles. Ganharam. E esta vitória É, única e exclusivamente, deles.
Contra a Alemanha, neste sábado, não era "revanche" do 7 a 1, é bem verdade. Porém, o 'fantasma' disso deu um peso maior a partida para os brasileiros.
Temos que reconhecer o talento individual de alguns que estavam dentro de campo. E, principalmente, a cabeça no lugar e moderna de Rogério Micale. Tranquilo, ele soube moldar a equipe, sem precisar, em momento algum, ser arrogante ou indiferente às críticas.
Para os críticos, reconheçamos o talento de cada um. Para os ufanistas, é momento de comemorar. Já não falta mais nada na sala de troféus. Na administração, não podemos deixar de ficar de olho nas falcatruas dos cartolas. Aproveitar o momento olímpico, não só no futebol, mas investir no esporte nas escolas. O esporte é apaixonante e é uma ferramenta indispensável para formação de valores e de bons cidadãos.
Na cerimônia de encerramento, a chama olímpica será apagada. Já não mais importa. Somos pentacampeões mundiais. E campeões olímpicos. Obrigado Olimpíada.
Torneio Olímpico - Futebol Masculino - Olimpíada Rio 2016
Equipes: 16
Período: 3 a 20 de agosto
Cidades sedes: 5 (foram 6 estádios utilizados: Maracanã e Engenhão, no Rio de Janeiro; Arena Corinthians, em São Paulo; Mineirão, em Belo Horizonte; Arena Fonte Nova, em Salvador; e Arena da Amazônia, em Manaus).
Partidas: 32
Gol mais rápido: Neymar (Brasil), 14' segundos, contra Honduras, em 17 de agosto, no Maracanã. - RECORDE OLÍMPICO
Melhor ataque: Alemanha (22 gols marcados)
Maior goleada: Alemanha 10 x 0 Fiji (10 de agosto)
Artilheiro: Serge Gnabry (Alemanha) - 06 gols
Curiosidade: Não houve nenhum cartão vermelho distribuído de forma direta. Houve quatro expulsões na competição (Argélia, Argentina, África do Sul e México), mas por segundo amarelo na partida.
Campanha do campeão:
Primeira fase (Grupo A)
Brasil 0 x 0 África do Sul
Brasil 0 x 0 Iraque
Dinamarca 0 x 4 Brasil
*classificado em primeiro no grupo
Quartas de final
Brasil 2 x 0 Colômbia
Semifinal
Brasil 6 x 0 Honduras
Final
Brasil 1 x 1 Alemanha (Brasil venceu por 5 a 4 após disputas por pênaltis.
Resultado Final
Ouro: Brasil
Prata: Alemanha
Bronze: Nigéria
TÁ ACABANDO Domingo é a festa de encerramento da Olimpíada de verão, na Rio-2016. O evento, que começou com certa desconfiança por parte dos estrangeiros e dos brasileiros, tem um final festejado por fãs de esporte. Em 7 de setembro, o Brasil sedia a Paralimpíada. Até o momento, o número de ingressos vendidos é baixo.
MEDALHA NO PEITO Além do futebol masculino, outras duas modalidades trouxeram medalhas para o Brasil no sábado. Pela manhã, prata na canoagem. Ao lado de Erlon de Souza, Isaquias Queiroz levou a terceira medalha da modalidade na Rio-2016 para o país. Isaquias, aliás, é o brasileiro que mais trouxe medalhas em uma mesma edição de Olimpíadas para o Brasil. À noite, Maicon Siqueira conquistou o bronze no taekwondo. Neste sábado, o Brasil chega a 18 medalhas.
SEMPRE ELE Galvão Bueno narrou a final do futebol na TV Globo. A transmissão da medalha na canoagem ficou por conta de Cléber Machado e no taekwondo, Rembrandt Júnior.
"Quando fomos criticados, falaram da gente e respondemos no futebol. Sempre vamos fazer isso. Eu estou muito feliz. É isso aí. Agora vão ter que me engolir."
Neymar, após conquista do ouro, em entrevista à Globo. O camisa 10 e capitão brasileiro recebeu fortes críticas durante a Olimpíada. A mais "dura" veio de Galvão Bueno, da TV Globo, que gerou forte repercussão nas redes sociais.
Comentários
Postar um comentário