Após mais uma eliminação da Seleção Brasileira da Copa América, em um grupo até certo ponto fácil, os torcedores e analistas viram uma velha máxima do esporte voltar a tona: "não existe mais bobo no futebol". Ou seja, não é só o nome que ganha mais jogo (na verdade, nunca foi, mas, sem dúvida, ter estima dava certo favoritismo as equipes).
O jargão expressa uma realidade vista em todo o mundo, como na Inglaterra, em que o pequeno Leicester - clube com pouca relevância no futebol local - desbancou os gigantes do país e venceu os bilionários clubes da Premier League, levando a competição pela primeira vez.
Uma conquista assim vai muito além de raça, correria ou simplesmente ter "aliados" em partidas específicas (como a altitude, por exemplo). Na Libertadores, equipes bem organizadas tecnicamente deram dor de cabeça em clubes com boa estrutura e altos valores de elenco (citando especificamente Brasil e Argentina). Não à toa, equatorianos e colombianos decidiram a edição 2016 do maior torneio entre clubes da América do Sul.
A Libertadores 2016 foi vencida pelo Atletico Nacional da Colômbia. É o segundo título do time na competição (o primeiro havia sido em 1989). Este é o terceiro título da Libertadores da Colômbia (o outro foi conquistado pelo Once Caldas).
Os números do país contrastam - e muito - com os gigantes vizinhos brasileiros e argentinos. A Argentina, país com maior número de Libertadores, tem 24 conquistas. Os brasileiros conquistaram a competição 17 vezes.
É importante ressaltar que, assim como a seleção nacional, os clubes e o futebol colombiano não é gigante em história, que seja capaz, por exemplo, de derrotar o Real Madrid no Mundial de Clubes no final do ano. Isso, para quem acompanha futebol, sabe que é praticamente impossível (o futebol é imprevisível; nada impede que o Nacional surpreenda os analistas mais uma vez, é bem verdade).
Nas redes
Para nós, temos clubes com números altos de investimento, cotas de patrocínio e quantidade de torcedores; assim, ficar por três anos sem chegar em uma final de Libertadores cria uma imagem cada vez mais ruim do futebol brasileiro.
Nas redes
Para nós, temos clubes com números altos de investimento, cotas de patrocínio e quantidade de torcedores; assim, ficar por três anos sem chegar em uma final de Libertadores cria uma imagem cada vez mais ruim do futebol brasileiro.
Libertadores 2016
Copa Bridgestone Libertadores 2016
Período de disputa: 2 de fevereiro a 27 de julho
Equipes: 38 (de 11 países - sendo 10 sul-americanos, mais 1 do México).
Brasileiros na disputa: São Paulo, Atlético-MG, Corinthians, Corinthians, Grêmio e Palmeiras
Campeão: Atletico Nacional (COL)
Vice-campeão: Independiente del Valle (EQU)
Artilheiro: Jonathan Calleri (São Paulo-BRA), com 9 gols
Campanha do Campeão
Segunda Fase (Grupo 4)
Huracán (ARG) 0 x 2 Atletico Nacional
Atletico Nacional 3 x 0 Sporting Cristal (PER)
Atletico Nacional 2 x 0 Peñarol (URU)
Peñarol (URU) 0 x 4 Atletico Nacional
Sporting Cristal (PER) 0 x 1 Atletico Nacional
Atletico Nacional 0 x 0 Huracán (ARG)
Liderança do grupo, com 16 pontos (6J, 5V, 1E, 0D, 12GP, 0GC). Melhor campanha desta fase.
Oitavas-de-final
Huracán (ARG) 0 x 0 Atletico Nacional
Atletico Nacional 4 x 2 Huracán (ARG)
Quartas-de-final
Rosario Central (ARG) 1 x 0 Atletico Nacional
Atletico Nacional 3 x 1 Rosario Central (ARG)
Semifinal
São Paulo 0 x 2 Atletico Nacional
Atletico Nacional 2 x 1 São Paulo
Final
Independiente del Valle (EQU) 1 x 1 Atletico Nacional
Atletico Nacional 1 x 0 Independiente del Valle (EQU)
***
O Atletico Nacional fez uma grande campanha. Mereceu o título. Já o Brasil, com altos públicos no estádio, verbas exorbitantes e gastos desnecessários com nomes de luxo, montar equipes condizentes com a realidade do futebol atual é mais que necessário. Equipes bem organizadas e competitivas. O Brasil não pode parar no tempo, afinal não tem mais bobo no futebol.
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