O Brasil está se acostumando a grandes vexames. Em três anos, foram 3 eliminações vergonhosas em competições internacionais. Nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira foi eliminada na primeira fase da Copa América Centenario. Mesmo em caráter amistoso, torneio mostra que equipe não está preparada para enfrentar pressão e grandes seleções.
Caindo em um grupo até certo ponto fácil, o Brasil teve um desempenho pífio, com um empate, uma derrota e uma vitória (conquistada sobre o Haiti, número 74 no Ranking de Seleções da FIFA de junho; o Brasil é o sétimo). O resultado culminou na demissão do técnico Dunga, menos de dois anos após retornar ao comando técnico do time.
O problema do futebol nacional é, na verdade, uma série de fatores que vão muito além de quem é ou não técnico. Independentemente de quem assumir e implantar sua filosofia de jogo, vai enfrentar problemas extracampo que prejudicam qualquer trabalho. Além dos problemas na formação dos jogadores e de uma boa base de nomes, os problemas administrativos são os grandes cânceres do futebol nacional. O resultado disso é mais vexames.
Para salvar-nos desse quadro negativo, uma reformulação é necessária. Na cabeça de quem comanda, apenas a troca de técnico dará jeito e fará com que a Seleção volte a ser destaque positivo entre os torcedores. Tite - o mais bem avaliado técnico do futebol brasileiro em atividade - terá "carta branca" para trabalhar. Pode ser que faça um bom trabalho, mas, se não fizer, saberá que o seu nome será o primeiro a cair, enquanto que os figurões da bola e a grande corja de cartolas corruptos permanecerão comandando toda essa farra.
- O problema segue não sendo o Técnico - Blog do Alan Sousa/julho-2014
Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo |
Quem conhece o trabalho de Tite sabe de sua capacidade, comprometimento, seriedade e índole. No Corinthians fez o melhor trabalho da carreira. Entre amor e ódio durante sua passagem, o treinador acumulou muitos fiéis seguidores, não só corintianos, mas de muitos outros clubes.
Tite teve a humildade de buscar aperfeiçoar os seus conhecimentos e foi estudar na Europa mais sobre conceitos futebolísticos (coisas que muitos treinadores veteranos se recusam a fazer). É alguém com princípios e sabe muito bem com quem estará se metendo. Tanto que assinou manifesto pedindo o afastamento de Del Nero. Ou seja, é alguém que o futebol brasileiro precisa.
- Análise: No JN, CBF ganha inimigo que não poderá ser ignorado - Máquina do Esporte
Com essa mudança, Tite se torna o 42º nome a comandar o Brasil. No total, foram 55 trocas de técnicos. Fazendo uma análise recente, o Brasil não conquista um Mundial há 14 anos. Neste período, foram três Copas e o "melhor desempenho" (atentem-se as aspas: "melhor") foi o quarto lugar na Copa de 2014.
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#Números
ZAGALLO: Técnico que mais comandou a Seleção Brasileira. Também em Copas do Mundo (foram 3)
ESTRANGEIROS: Até hoje, apenas dois estrangeiros foram técnicos do Brasil: o português Joreca, em 1944, e o argentino Filpo Núñez em 1965. Este último, técnico palmeirense da "Academia".
COMANDANTES PENTACAMPEÕES: Pela ordem, os técnicos que conquistaram títulos mundiais pelo Brasil: Vicente Feola (1958), Aymoré Moreira (1962), Zagallo (1970), Carlos Alberto Parreira (1994) e Luiz Felipe Scolari (2002)
SELEÇÃO EM DECLÍNIO: Desde o tetracampeonato em 1994, o Brasil já teve muitos treinadores. Crises e desconfiança sempre estiveram presentes com a Seleção, mas a queda do país como referência futebolística fica em evidência na quantidade de idas e vindas, além das sucessivas trocas de comando. Confira a lista de técnicos brasileiros desde 1994:
1994- Zagallo
1998- Vanderlei Luxemburgo
2000- Candinho
2000- Emerson Leão
2001- Luiz Felipe Scolari
2003- Carlos Alberto Parreira
2006- Dunga
2010- Mano Menezes
2013- Luiz Felipe Scolari
2014- Dunga
2016- Tite (a confirmar)
PRESIDÊNCIA SEM GRANDES MUDANÇAS: Ao contrário do que acontece com treinadores, presidentes não mudam tão facilmente na CBF. Politicagem e um império difícil de se infiltrar, perpetuam dirigentes no poder.
Presidentes da CBF (últimos 20 anos)
1989- Ricardo Terra Teixeira
2012- José Maria Marin
2015 (2016)- Marco Polo Del Nero
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A situação não está fácil. O Brasil, além das eliminações, problemas internos entre jogadores, descrença dos torcedores e incertezas quanto aos Jogos Olímpicos, também está sob pressão nas Eliminatórias. Atualmente, a Seleção está em sexto (fora da zona que classifica para a Copa do Mundo 2018 na Rússia).
Ficar de fora pela primeira vez de uma Copa seria um duro golpe para CBF, mas não chega a ser impensável que aconteça. Depois do 7 a 1, não dá para duvidar de mais nada. Só é uma pena que, qualquer adversidade que vier acontecer, vai sobrar para Tite. Neymar e as demais estrelas continuarão reclamando dos "babacas" que os criticam. Jogar com orgulho e honrar os brasileiros parecem estar fora de cogitação.
Força, Tite! Torceremos por você.
Ficar de fora pela primeira vez de uma Copa seria um duro golpe para CBF, mas não chega a ser impensável que aconteça. Depois do 7 a 1, não dá para duvidar de mais nada. Só é uma pena que, qualquer adversidade que vier acontecer, vai sobrar para Tite. Neymar e as demais estrelas continuarão reclamando dos "babacas" que os criticam. Jogar com orgulho e honrar os brasileiros parecem estar fora de cogitação.
Força, Tite! Torceremos por você.
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