Estamos em abril. Nos principais centros do país, os campeonatos estaduais "começam" agora. Mesmo assim, com todo o clima político que o Brasil atravessa, as "decisões" esportivas são deixadas de lado, afinal "emoção", emoção mesmo só mais para frente. Aí, os torneios acabam e começa o Campeonato Brasileiro. Passou da hora de reformular de verdade os Estaduais. Este martírio atrapalha nosso desenvolvimento e que equipes fortes se construam. Pior, a maioria destes torneios prejudicam ainda mais o desempenho dos "pequenos", graças as suas formas de disputa.
Começou neste final de semana a fase mata-mata do Campeonato Paulista. Há anos, o torneio é injusto e tenta "armar" semifinais com os quatro grandes do Estado. É possível fazer um panorama dos certames passados. Antes, o torneio era disputado em fase de pontos corridos simples em que o clube com maior número de pontos sagrava-se campeão. Outro grande sofrimento para qualquer torcedor acompanhar rodada a rodada.
Nos torneios seguintes, após uma longa primeira fase também de pontos corridos, apenas quatro das duas dezenas de clubes participantes avançavam para a semifinal. Nenhum dos quatro grandes começa o ano "100%", por isso, inevitavelmente um "intruso" do interior tomava a vaga de algum destes "grandes".
Já tivemos finais com a presença de São Caetano, Guarani e Santo André. Não que isso seja ruim. Muito pelo contrário. Foi até bacana, pois o "truque" para o plano dos diretores da Federação Paulista, estes que não entendem nada de futebol, fazer uma decisão mais sugestiva para os interesses midiáticos fora por água a baixo.
Depois, este número aumentou para oito. Não tinha jeito de um grande fracassar e ficar de fora da fase decisiva. Até há pouco tempo, este formato foi alterado para o que temos hoje. Inspirado em formatos diferentes para o nosso padrão (como o do Campeonato Carioca), os clubes, divididos em grupos, enfrentam adversários na primeira fase fora de sua chave. Cada "grande" é cabeça de chave do seu grupo. Assim, o resultado é o mais lógico possível: eles encabeçam suas chaves, avançam, pegam o clube do interior nas quartas de final e, na semifinal, está lá: Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras fazendo a disputa pela final. Ano passado deu certo.
O que falta é um pouco de coragem das pessoas para mudar. Sabemos que, durante os Estaduais, os clubes estão voltados para outros campeonatos mais importantes, como a Libertadores. Ter que conciliar estas duas competições, sem poder focar direito nos seus principais objetivos, desgastando-se e não podendo criar estratégias de montar equipes diferentes para cada torneio, prejudica imagem e desenvolvimento dos clubes. No final, ficam sem nenhum nem outro.
Este ano, por exemplo, o Palmeiras tinha a Libertadores e o Campeonato Paulista. Durante a disputa continental, correu o risco de ficar, inclusive, na zona de rebaixamento do Paulistão. Com duas grandes "bombas" para se livrar, o clube conseguiu avançar de fase no Estadual, mas foi eliminado, na primeira fase, da Liberadores.
Basta querer. E, assim como na política, precisamos de uma reforma. Vai começar o Brasileirão e as equipes que permanecem na Libertadores ou estão em fase final de torneios importantes, vão ter dificuldades de acumular pontos no início do torneio nacional. Esses pontos que, lá no final em dezembro, farão falta. Seja para conquistar vaga na Libertadores, ou pela disputa do título ou ainda para se livrar do rebaixamento. Tudo isso por mau planejamento. De janeiro a maio daria para ser feito algo bem mais produtivo. E pensem nisso: cinco meses são muito importantes para serem jogados fora desse jeito.
A falta de emoção (e público) dos Estaduais
Começou neste final de semana a fase mata-mata do Campeonato Paulista. Há anos, o torneio é injusto e tenta "armar" semifinais com os quatro grandes do Estado. É possível fazer um panorama dos certames passados. Antes, o torneio era disputado em fase de pontos corridos simples em que o clube com maior número de pontos sagrava-se campeão. Outro grande sofrimento para qualquer torcedor acompanhar rodada a rodada.
Nos torneios seguintes, após uma longa primeira fase também de pontos corridos, apenas quatro das duas dezenas de clubes participantes avançavam para a semifinal. Nenhum dos quatro grandes começa o ano "100%", por isso, inevitavelmente um "intruso" do interior tomava a vaga de algum destes "grandes".
Já tivemos finais com a presença de São Caetano, Guarani e Santo André. Não que isso seja ruim. Muito pelo contrário. Foi até bacana, pois o "truque" para o plano dos diretores da Federação Paulista, estes que não entendem nada de futebol, fazer uma decisão mais sugestiva para os interesses midiáticos fora por água a baixo.
Cesar Greco / Fotoarena/Palmeiras |
Depois, este número aumentou para oito. Não tinha jeito de um grande fracassar e ficar de fora da fase decisiva. Até há pouco tempo, este formato foi alterado para o que temos hoje. Inspirado em formatos diferentes para o nosso padrão (como o do Campeonato Carioca), os clubes, divididos em grupos, enfrentam adversários na primeira fase fora de sua chave. Cada "grande" é cabeça de chave do seu grupo. Assim, o resultado é o mais lógico possível: eles encabeçam suas chaves, avançam, pegam o clube do interior nas quartas de final e, na semifinal, está lá: Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras fazendo a disputa pela final. Ano passado deu certo.
O que falta é um pouco de coragem das pessoas para mudar. Sabemos que, durante os Estaduais, os clubes estão voltados para outros campeonatos mais importantes, como a Libertadores. Ter que conciliar estas duas competições, sem poder focar direito nos seus principais objetivos, desgastando-se e não podendo criar estratégias de montar equipes diferentes para cada torneio, prejudica imagem e desenvolvimento dos clubes. No final, ficam sem nenhum nem outro.
Este ano, por exemplo, o Palmeiras tinha a Libertadores e o Campeonato Paulista. Durante a disputa continental, correu o risco de ficar, inclusive, na zona de rebaixamento do Paulistão. Com duas grandes "bombas" para se livrar, o clube conseguiu avançar de fase no Estadual, mas foi eliminado, na primeira fase, da Liberadores.
Basta querer. E, assim como na política, precisamos de uma reforma. Vai começar o Brasileirão e as equipes que permanecem na Libertadores ou estão em fase final de torneios importantes, vão ter dificuldades de acumular pontos no início do torneio nacional. Esses pontos que, lá no final em dezembro, farão falta. Seja para conquistar vaga na Libertadores, ou pela disputa do título ou ainda para se livrar do rebaixamento. Tudo isso por mau planejamento. De janeiro a maio daria para ser feito algo bem mais produtivo. E pensem nisso: cinco meses são muito importantes para serem jogados fora desse jeito.
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A falta de emoção (e público) dos Estaduais
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