Pode parecer piada, mas é bem verdade que o calendário esportivo brasileiro está, relativamente, organizado. O torcedor já sabe mais ou menos as épocas do ano em que determinados campeonatos começam e terminam, ao contrário do que já aconteceu no futebol nacional nos anos passados, em que já tivemos campeonatos começando em um ano e terminando no outro, além de tantas outras bagunças. Mas ainda falta muito. Mesmo com os avanços, cada ano que passa os clubes veem seus estádios ficando, na maior parte do ano, vazios. Falta emoção!
Uma série de fatores pode ter influenciado essa queda. Desde a insegurança do torcedor nos estádios, passando por preço de ingresso e indo até a fórmula de disputa dos torneios. Esta última, provavelmente, desanima até mesmo os jogadores dentro de campo.O ruim é que os dirigentes não fazem muita coisa para mudar esse cenário. E, neste início de ano, os clubes se arrastam disputando campeonatos sem nenhum atrativo ao torcedor. Fora o nível técnico que, sem grandes surpresas, é menor por ser início de temporada.
Pegando os primeiros jogos profissionais deste início de 2016, analisando e comparando quais os públicos de Campeonatos Estaduais vs. Libertadores/Regionais, o desempenho dos campeonatos entre clubes do estado são pífios. E isso não é novidade. Há anos que as primeiras rodadas dos estaduais não despertam o interesse das pessoas. Poucas mudanças efetivas foram feitas nos últimos anos. Reduzir as datas destinadas aos torneios foi alguma coisa, pequena, mas que foi feito.
Essa última semana é um grande exemplo desse vexame nas arquibancadas. Jogando numa terça-feira, o São Paulo levou pouco mais de 3 mil pessoas ao Pacaembu. Sim, três mil! Tudo bem que a fase do time não ajuda (nem o dia da semana), mas três mil? O Pacaembu é um estádio privilegiado, em que tem fácil acesso e é querido por boa parte dos paulistanos. Não tem desculpa para esse vexame nas arquibancadas.
O site PAPO DE BOLA traz os borderôs das partidas disputadas no Brasil após a rodada do fim e do meio da semana. Chegando ao terceiro mês do ano e ao segundo de futebol profissional, é possível analisar o que já houve quanto a esse tema.
O que dá para concluir disso é que o torcedor gosta de emoção! Logo, os primeiros grandes públicos do ano foram decisões: no Nordeste, o evento amistoso entre Ceará e Flamengo, com a Taça Asa Branca, e, em São Paulo, a final da Copa São Paulo, entre Corinthians e Flamengo, tiveram mais de 30 mil presentes na torcida. Neste mesmo final de semana, o Estadual com maior público foi a vitória do Ceará sobre o Tiradentes, com pouco mais de quatro mil pessoas no Presidente Vargas.
Seguindo a ordem, a Primeira Liga - que de cara, já reuniu grandes clássicos do futebol nacional, colecionou bons públicos nos primeiros dias de jogo. No geral, as disputas, no meio de semana, não foram tão convidativas ao torcedor. Mas a vitória flamenguista que decepcionou os atleticanos que encheram o Mineirão, com quase 30 mil pessoas, foi o destaque. O Estadual com maior público foi o Alagoano (os demais estaduais estreariam no fim de semana seguinte). A goleada do CSA sobre o Ipanema levou mais de 7 mil pessoas ao estádio.
O Campeonato Paulista é responsável pela liderança no número de público nas duas rodadas seguintes. Corinthians, com quase 31 mil pagantes, não decepciona e sua torcida comparece em peso para ver a vitória sobre o XV de Piracicaba. Inclusive, no "pior público" seu no ano na Arena Itaquera, o clube levou mais torcedores do que os quatro grandes do Rio de Janeiro somados. No seguinte, é a vez dos palmeirenses que jogaram numa quinta-feira, no Pacaembu, para mais de dezessete mil pessoas, que viram o empate com o São Bento.
Nestas duas rodadas, os Estaduais foram o destaque futebolístico. No fim de semana de 06 e 07 de fevereiro, a liderança foi de Grêmio x Coritiba, pela Primeira Liga, com pouco mais de dez mil pessoas na Arena Grêmio. Ainda bem pouco. O Estadual com maior público foi no Goiano, com 10.004 presentes na vitória do Goiás. Olhando os demais públicos, o jogo do Campeonato Paulista com maior torcida foi o do São Paulo contra o Água Santa, no Pacaembu. Sete mil pessoas. A nível de comparação, apenas dois mil a mais do que Bragantino 2x2 Penapolense, pela Série A2.
Aí começa a Libertadores. Para os brasileiros, o São Paulo levou 33 mil ao Pacaembu para ver a classificação à segunda fase, num sufoco contra o Universidad César Vallejo. Coisa que se repetiu no primeiro jogo do clube na fase de grupos, na derrota para o The Strongest (27.168). O Corinthians e o São Paulo também foram protagonistas no clássico pelo estadual, que 36.788 pessoas viram a vitória corintiana em casa.
Olhando esses números, analisamos qual a importância real dos Estaduais. Não que a solução para isso seja extingui-los. Muito pelo contrário. Até mesmo início de Campeonato Brasileiro e reta final (com clubes já encaminhados no certame), levam poucos desinteressados torcedores ao estádio. Este torcedor quer que o seu time esteja disputado grandes jogos. Contra grandes equipes. O nível técnico caí consideravelmente. Mesmo aquele time que costuma levar grandes públicos, se vê sem dar um espetáculo que faça valer seus altos salários. Para os clubes pequenos, o fim dos Estaduais (e até para se manter nele) é um período complicado. Como, por exemplo, o Água Santa, de Diadema. Para ganhar mais renda, o clube levará sua partida (veja só você!) para Presidente Prudente! Baaah!! Aonde iremos parar com isso?
E mesmo com público lotando cada rodada dos torneios, na Europa a emoção propriamente dita (coisa que falta na metade do ano no nosso futebol) só vem na fase mata-mata dos torneios, como na Liga dos Campeões.
Ainda, na questão de públicos, na metade do mês, o fim de semana de 20 e 21 de fevereiro marcou grandes clássicos: em São Paulo, com Palmeiras e Santos, e no Rio, com FlaFlu, foram lideres de audiência nos estádios. Além disso, mais para frente, os torcedores do Atlético-PR prestigiaram em peso o novo gramado da Arena da Baixada. Na vitória por um placar magro contra o Criciúma, fez com que a Primeira Liga tivesse o maior público de 24 e 25 de fevereiro pelo Brasil.
Os torcedores, aos poucos, são privados de uma adrenalina que o futebol vivia nos grandes tempos: as finais. O país parava diante dos embates, que são vistos em poucos momentos do ano. O sistema pontos corridos é "justo". "Justo" porque premia a regularidade (não "o melhor"). O "melhor" é relativo. Um clube, na hora da verdade, pode crescer em grandes decisões, e isso o faz ser um time campeão. Por isso, passou da hora de rever todo o calendário do futebol brasileiro.
Daí, para fechar, chegamos nesta última semana. Contrastando com a torcida do Corinthians que fez valer seu apoio e viu o clube manter a invencibilidade na Libertadores, o São Paulo leva 3.188 torcedores ao Pacaembu...
E os EstaduaiZzZzZZzZz em geral dão vexame neste meio de semana. Com Libertadores (Corinthians e Palmeiras jogaram em São Paulo, e Grêmio, no Rio Grande do Sul), Copa do Nordeste e Primeira Liga, o maior público dos Estaduais foram os 5.879 presentes para ver Chapecoense 1 x 0 Criciúma, em Chapecó.
É, deem um jeito nos Estaduais. Logo mais, o único vencedor das rodadas será o controle remoto, ou, pior ainda, o bocejo. Vitória da má gestão!
Primeira Liga é resultado da insatisfação de clubes e torcedores
CBF, FPF: A vergonha do futebol
Uma série de fatores pode ter influenciado essa queda. Desde a insegurança do torcedor nos estádios, passando por preço de ingresso e indo até a fórmula de disputa dos torneios. Esta última, provavelmente, desanima até mesmo os jogadores dentro de campo.O ruim é que os dirigentes não fazem muita coisa para mudar esse cenário. E, neste início de ano, os clubes se arrastam disputando campeonatos sem nenhum atrativo ao torcedor. Fora o nível técnico que, sem grandes surpresas, é menor por ser início de temporada.
Pegando os primeiros jogos profissionais deste início de 2016, analisando e comparando quais os públicos de Campeonatos Estaduais vs. Libertadores/Regionais, o desempenho dos campeonatos entre clubes do estado são pífios. E isso não é novidade. Há anos que as primeiras rodadas dos estaduais não despertam o interesse das pessoas. Poucas mudanças efetivas foram feitas nos últimos anos. Reduzir as datas destinadas aos torneios foi alguma coisa, pequena, mas que foi feito.
Essa última semana é um grande exemplo desse vexame nas arquibancadas. Jogando numa terça-feira, o São Paulo levou pouco mais de 3 mil pessoas ao Pacaembu. Sim, três mil! Tudo bem que a fase do time não ajuda (nem o dia da semana), mas três mil? O Pacaembu é um estádio privilegiado, em que tem fácil acesso e é querido por boa parte dos paulistanos. Não tem desculpa para esse vexame nas arquibancadas.
O site PAPO DE BOLA traz os borderôs das partidas disputadas no Brasil após a rodada do fim e do meio da semana. Chegando ao terceiro mês do ano e ao segundo de futebol profissional, é possível analisar o que já houve quanto a esse tema.
O que dá para concluir disso é que o torcedor gosta de emoção! Logo, os primeiros grandes públicos do ano foram decisões: no Nordeste, o evento amistoso entre Ceará e Flamengo, com a Taça Asa Branca, e, em São Paulo, a final da Copa São Paulo, entre Corinthians e Flamengo, tiveram mais de 30 mil presentes na torcida. Neste mesmo final de semana, o Estadual com maior público foi a vitória do Ceará sobre o Tiradentes, com pouco mais de quatro mil pessoas no Presidente Vargas.
Torcedor dorme antes de uma partida. A imagem valeria para quem acompanha os 90 minutos de qualquer partida dos Campeonatos Estaduais. Júlio César Guimarães/UOL |
Seguindo a ordem, a Primeira Liga - que de cara, já reuniu grandes clássicos do futebol nacional, colecionou bons públicos nos primeiros dias de jogo. No geral, as disputas, no meio de semana, não foram tão convidativas ao torcedor. Mas a vitória flamenguista que decepcionou os atleticanos que encheram o Mineirão, com quase 30 mil pessoas, foi o destaque. O Estadual com maior público foi o Alagoano (os demais estaduais estreariam no fim de semana seguinte). A goleada do CSA sobre o Ipanema levou mais de 7 mil pessoas ao estádio.
O Campeonato Paulista é responsável pela liderança no número de público nas duas rodadas seguintes. Corinthians, com quase 31 mil pagantes, não decepciona e sua torcida comparece em peso para ver a vitória sobre o XV de Piracicaba. Inclusive, no "pior público" seu no ano na Arena Itaquera, o clube levou mais torcedores do que os quatro grandes do Rio de Janeiro somados. No seguinte, é a vez dos palmeirenses que jogaram numa quinta-feira, no Pacaembu, para mais de dezessete mil pessoas, que viram o empate com o São Bento.
Nestas duas rodadas, os Estaduais foram o destaque futebolístico. No fim de semana de 06 e 07 de fevereiro, a liderança foi de Grêmio x Coritiba, pela Primeira Liga, com pouco mais de dez mil pessoas na Arena Grêmio. Ainda bem pouco. O Estadual com maior público foi no Goiano, com 10.004 presentes na vitória do Goiás. Olhando os demais públicos, o jogo do Campeonato Paulista com maior torcida foi o do São Paulo contra o Água Santa, no Pacaembu. Sete mil pessoas. A nível de comparação, apenas dois mil a mais do que Bragantino 2x2 Penapolense, pela Série A2.
Aí começa a Libertadores. Para os brasileiros, o São Paulo levou 33 mil ao Pacaembu para ver a classificação à segunda fase, num sufoco contra o Universidad César Vallejo. Coisa que se repetiu no primeiro jogo do clube na fase de grupos, na derrota para o The Strongest (27.168). O Corinthians e o São Paulo também foram protagonistas no clássico pelo estadual, que 36.788 pessoas viram a vitória corintiana em casa.
Olhando esses números, analisamos qual a importância real dos Estaduais. Não que a solução para isso seja extingui-los. Muito pelo contrário. Até mesmo início de Campeonato Brasileiro e reta final (com clubes já encaminhados no certame), levam poucos desinteressados torcedores ao estádio. Este torcedor quer que o seu time esteja disputado grandes jogos. Contra grandes equipes. O nível técnico caí consideravelmente. Mesmo aquele time que costuma levar grandes públicos, se vê sem dar um espetáculo que faça valer seus altos salários. Para os clubes pequenos, o fim dos Estaduais (e até para se manter nele) é um período complicado. Como, por exemplo, o Água Santa, de Diadema. Para ganhar mais renda, o clube levará sua partida (veja só você!) para Presidente Prudente! Baaah!! Aonde iremos parar com isso?
E mesmo com público lotando cada rodada dos torneios, na Europa a emoção propriamente dita (coisa que falta na metade do ano no nosso futebol) só vem na fase mata-mata dos torneios, como na Liga dos Campeões.
Ainda, na questão de públicos, na metade do mês, o fim de semana de 20 e 21 de fevereiro marcou grandes clássicos: em São Paulo, com Palmeiras e Santos, e no Rio, com FlaFlu, foram lideres de audiência nos estádios. Além disso, mais para frente, os torcedores do Atlético-PR prestigiaram em peso o novo gramado da Arena da Baixada. Na vitória por um placar magro contra o Criciúma, fez com que a Primeira Liga tivesse o maior público de 24 e 25 de fevereiro pelo Brasil.
Os torcedores, aos poucos, são privados de uma adrenalina que o futebol vivia nos grandes tempos: as finais. O país parava diante dos embates, que são vistos em poucos momentos do ano. O sistema pontos corridos é "justo". "Justo" porque premia a regularidade (não "o melhor"). O "melhor" é relativo. Um clube, na hora da verdade, pode crescer em grandes decisões, e isso o faz ser um time campeão. Por isso, passou da hora de rever todo o calendário do futebol brasileiro.
Daí, para fechar, chegamos nesta última semana. Contrastando com a torcida do Corinthians que fez valer seu apoio e viu o clube manter a invencibilidade na Libertadores, o São Paulo leva 3.188 torcedores ao Pacaembu...
E os EstaduaiZzZzZZzZz em geral dão vexame neste meio de semana. Com Libertadores (Corinthians e Palmeiras jogaram em São Paulo, e Grêmio, no Rio Grande do Sul), Copa do Nordeste e Primeira Liga, o maior público dos Estaduais foram os 5.879 presentes para ver Chapecoense 1 x 0 Criciúma, em Chapecó.
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