A pandemia que já tirou a vida de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo ainda assusta. Além da letalidade crescente do novo vírus, não há perspectiva de solução a curto nem a médio prazo. Ao mesmo tempo, o surto do novo coronavírus colocou em evidência diversos problemas da nossa sociedade, tornando este momento, além de um crise de saúde, uma crise política, social e humanitária.
No país em que as crises são praticamente parte da rotina e que o lema "Ordem e Progresso" da bandeira é apenas uma das muitas "fake news", o cenário e as perspectivas são ainda piores. Não há otimismo sequer para imaginar o que fazer no pós-quarentena.
Há seis anos, os brasileiros vivenciaram um ano bastante movimentado. Em 2014, além de ser ano eleitoral, o Brasil sediava a Copa do Mundo de futebol daquele ano, após sete anos de atrasos, polêmicas e de muitas discussões. As notícias vindas da política inflaram muitos a irem às ruas ao mesmo tempo em que a seleção entrava em campo para disputar uma marca histórica dentro de casa.
Capa do diário Lance! em 9 de julho de 2014, pós-7 a 1: "Indignação, Revolta, Dor, Frustração, Irritação, Vergonha, Pena, Desilusão.."
O hexa, porém, não veio. Pior, o sonho do título foi destroçado de uma maneira inimaginável e assustadora.
O resultado do 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014 rendeu mudanças na CBF e abalou de vez a relação do torcedor brasileiro com a seleção. Além disso, a derrota deixou como legado as famosas frases "o 7 a 1 nosso de cada dia" ou "todo dia é um 7 a 1 diferente" para representar os males do cotidiano de um povo que tanto sofre.
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Em 2020, seis anos depois, a crise está escancarada. O vírus que mata de forma assustadora é mais letal entre os mais vulneráveis. Enquanto a covid-19 atinge diversas famílias em todas as regiões e coloca o Brasil como epicentro das mortes, pessoas despreparadas, mal intencionadas e incompetentes ocupam posições no governo provocando atrasos que pioram o cenário da crise.
Nesta semana, o SporTV, que está transmitindo uma série de jogos históricos em virtude da pausa dos eventos esportivos, reexibirá - com narração ao vivo - a semifinal da Copa do Mundo de 2014 entre Brasil e Alemanha, disputada no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.
É uma oportunidade nova de rever essa derrota, mas com um novo ângulo, uma nova perspectiva. É possível fazer uma análise técnica, observando as formas diferentes que o Brasil poderia ter encarado o confronto. Ou, de uma forma ainda mais melancólica, vendo o buraco em que o Brasil se meteu, do país da esperança, da prosperidade e do futuro, para o de chacota e do vexame mundial.
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